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Oswaldo Cruz: o impacto do seu estudo para a medicina brasileira

O Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, foi criado para homenagear o médico que ganhou destaque no combate a epidemias no Brasil, como febre amarela, peste bubônica e varíola.

Hoje é comemorado o Dia Nacional da Saúde, que tem como intuito conscientizar a população sobre a importância da educação sanitária e de um estilo de vida mais saudável. Além disso, a data homenageia o médico e sanitarista Oswaldo Gonçalvez Cruz. Você sabe quem foi ele? Confira a seguir como seu trabalho impactou na medicina do Brasil.

Trabalhos notáveis e revoltas sociais     

Nascido em 1872, em São Luiz do Paraitinga-SP, e graduado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro duas décadas depois, Oswaldo Cruz teve um papel importante no combate a epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola em nosso país.

No ano de 1897, Oswaldo se mudou para Paris, onde estudou microbiologia, soroterapia e imunologia no Instituo Pasteur, e medicina legal no Instituto de Toxicologia. De volta ao Brasil após três anos de estudos, o pesquisador assumiu a direção do Instituto Soroterápico Federal, conhecido hoje como Instituto Oswaldo Cruz. Foi então que deu continuidade a suas pesquisas que envolviam a fabricação de soro antipestoso, a pesquisa básica aplicada e a formação de recursos humanos. Posteriormente, Oswaldo comandou a Diretoria-Geral de Saúde Pública (DGSP).

Seu retorno ao Brasil aconteceu durante o aumento dos casos de febre amarela, peste bubônica e varíola na então Capital Federal, Rio de Janeiro. A fim de conter a disseminação dessas doenças, Oswaldo adotou campanhas sanitárias que tinham como métodos preventivos:

– Isolamento dos doentes;

– Notificação compulsória dos casos positivos;

– Captura dos vetores (mosquitos e ratos);

– Desinfecção das moradias em áreas de focos.

“Oswaldo Cruz foi o responsável por quebrar o senso comum no enfrentamento de diversas doenças infecciosas no país. Ao inovar no combate à febre amarela, peste bubônica e varíola, ele nos ensinou muitas coisas, como: isolamento social diante de doenças infectocontagiosas, sem o qual a pandemia que enfrentamos recentemente poderia ter sido muito diferente; captura e possível extermínio de vetores de doenças, pensamento que nos permite controlar com sucesso doenças como dengue e arboviroses; desinfecção de moradias em áreas de endemia, além do valor inestimável da vacinação para a população.” – Informa Victor Bittencourt, médico e diretor técnico da Lancers.

O Instituto Soroterápico Federal serviu como suporte de apoio técnico-científico para Oswaldo, que implementou campanhas de saneamento e, em pouco tempo, conseguiu diminuir os casos da peste bubônica.

Porém, o pesquisador enfrentou uma revolta social em relação a seus métodos de combate à febre amarela. Grande parte da população, inclusive médicos, acreditava que a doença se transmitia por meio do contato com roupas, suor, sangue e secreções dos doentes. No entanto, Oswaldo Cruz chegou à conclusão de que o transmissor da doença era um mosquito, e, após suspender desinfecções que não obtiveram sucesso, método tradicional de combate à moléstia, adotou medidas sanitárias antipopulares, ao usar equipes que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, a fim de eliminar focos de insetos.

No ano de 1904, diante do aumento dos surtos de varíola, Oswaldo Cruz tentou promover uma vacinação em massa na população, que gerou outra revolta social. Os jornais da época lançaram uma campanha contra a medida, além da criação pelo Congresso da Liga Contra a Vacinação Obrigatória. Em 10 de novembro, a população foi para as ruas contestar a medida promovida pelo pesquisador, mas foi no dia 13 do mesmo mês que a rebelião estourou, com confrontos violentos entre manifestantes e policiais. Após uma semana de conflitos, o Governo conseguiu conter a rebelião e suspendeu a obrigatoriedade da vacina.

No ano de 1907, o surto de febre amarela já havia sido eliminado. Mas no ano seguinte, uma nova epidemia de varíola surgiu, fazendo com que a própria população procurasse unidades de saúde para se vacinarem.

Reconhecimento e morte

A luta de Oswaldo Cruz contra doenças ganhou reconhecimento internacional no ano de 1907, quando recebeu a medalha de ouro no 14° Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, na Alemanha, pelo trabalho de saneamento no Rio de Janeiro. O pesquisador foi o responsável por reformar o Código Sanitário e reestruturar todos os órgãos de saúde e higiene do país.

Oswaldo Cruz faleceu no dia 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos, por insuficiência renal.

“Sua história nos mostrou muito sobre o combate às doenças, mas também sua postura de enfrentamento e resiliência, mesmo sendo contrariado por boa parte da população”. – Reflete Victor Bittencourt, médico e diretor técnico da Lancers.

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